- Avareza cognitiva: Tendência a basear as tomadas de decisão na intuição, e não na análise.
- Bobagens pseudoprofundas: Afirmações impressionantes que são apresentadas como verdadeiras e importantes, porém uma análise mais aprofundada mostra que, na verdade, são ocas. Assim como a Ilusão de Moisés, acreditamos nesse tipo de mensagem porque não paramos para refletir.
- Cognição “quente”: Pensamento reativo, emocionalmente carregado, que pode dar aos nossos vieses o controle total da situação. Possível fonte do Paradoxo de Salomão.
- Dogmatismo adquirido: Ocorre quando nossas autopercepções da expertise nos levam a fechar a mente e a ignorar pontos de vista diferentes.
- Dysrationalia: Incompatibilidade entre inteligência e racionalidade, como vimos na história de vida de Arthur Conan Doyle. A causa pode ser tanto a avareza cognitiva quanto o pensamento contaminado.
- Efeito do excesso de talento: O inesperado fracasso de equipes quando a proporção de “estrelas” atinge um certo limite. Exemplo: a seleção de futebol da Inglaterra na Euro 2016.
- Entrincheiramento: Processo que torna as ideias de um especialista rígidas e fixas.
- Estupidez funcional: A relutância em fazer autorreflexões, questionar nossas suposições e raciocinar sobre as consequências de nossas ações. Embora esse caráter “funcional” possa aumentar a produtividade a curto prazo, reduz a criatividade e o pensamento crítico a longo prazo.
- Fachidiot: Idiota profissional. Termo alemão que descreve um especialista bitolado, que conhece tudo da sua área, mas, ao tratar de um problema com mais nuances, adota uma visão estreita.
- Ignorância estratégica: Evitar aprender novas informações. O objetivo é não se sentir desconfortável e manter a produtividade alta. No trabalho, por exemplo, pode ser benéfico não questionar as consequências de suas ações a longo prazo se as respostas afetarem suas chances de promoção. Às vezes fazemos tais escolhas de forma inconsciente.
- Ilusão de Moisés: Falhas na identificação das contradições de um texto devido a suas fluência e familiaridade. Por exemplo, ao responder à pergunta “Quantos animais de cada espécie Moisés levou na Arca?”, a maioria das pessoas responde “Dois”, sem parar para raciocinar que a Bíblia diz que foi Noé quem construiu a arca. Disseminadores de fake news se aproveitam desse tipo de distração.
- Insensatez: Falta de atenção e perspicácia sobre nossas ações e o mundo ao nosso redor. Questão fundamental na forma como educamos as crianças.
- Metaesquecimento: Forma de arrogância intelectual. Não conseguimos registrar quanto sabemos e quanto esquecemos. Presumimos que nosso conhecimento atual é o mesmo do nosso auge de conhecimento. Comum entre estudantes com mestrado ou doutorado: anos depois de formados, eles acreditam que entendem as questões tão bem quanto na época em que estudavam.
- Mindset fixo: A crença de que inteligência e talento são inatos e de que se esforçar demais é sinal de fraqueza. Além de limitar a capacidade de aprendizado, essa atitude torna nossa mente mais fechada e contribui para a arrogância intelectual.
- Paradoxo de Salomão: Descreve nossa incapacidade de raciocinar com sabedoria sobre nossa vida, embora saibamos dar bons conselhos quando confrontados com os problemas de terceiros.
- Pensamento contaminado: Padrão de conhecimento incorreto que pode levar a outros comportamentos irracionais. Por exemplo, alguém que foi educado para desconfiar de evidências científicas pode ser mais suscetível a acreditar em charlatões e em paranormalidade.
- Princípio de Peter: Também conhecido como Princípio da Incompetência. Segundo ele, somos promovidos com base em nossas aptidões no trabalho atual, e não com base em nosso potencial para desempenhar a próxima função. Assim, as pessoas são promovidas até se encaixarem num cargo em que são incompetentes. Funcionários que são indevidamente promovidos a gerentes não têm a inteligência prática necessária para liderar equipes e apresentam um desempenho ruim. (O termo é em homenagem ao teórico da administração Laurence Peter.)
- Raciocínio motivado: Tendência inconsciente a usar a capacidade intelectual só quando as conclusões se adequam a um objetivo que já predeterminamos. Pode incluir o viés de confirmação ou o viés do meu lado (em geral, buscando e lembrando informações que atendam ao nosso objetivo), ou também o viés de desconfirmação (a tendência a se mostrar especialmente cético em relação a evidências que não se encaixam no nosso objetivo). Na política, por exemplo, somos muito mais propensos a criticar provas a respeito de questões como a mudança climática se elas não se encaixarem na nossa visão de mundo.
- Viés do ponto cego: Tendência a ver as falhas dos outros e a ignorar preconceitos e erros em nosso raciocínio.
Por que pessoas inteligentes cometem erros idiotas? (Robson, David), página 350